Toneladas de saudades
Quando essas irmãs se encontravam, era a maior delícia... Aliás, o bom humor – às vezes bem ácido – é característica dos Canceliero. Não havia reuniãozinha delas que não fosse regada a boas gargalhadas.... Algumas histórias eu nunca vou esquecer porque, além de serem muito engraçadas, foram contadas com o jeito peculiar de cada uma. A tia Adelina nos fazia rir até! Uma vez, isso deve ter acontecido lá pros idos de 1940, ela foi ao cinema com um 'paquera' (minha mãe contava que ela fazia o maior sucesso porque tinha um corpo maravilhoso) e ele a acompanhou até a casa da minha nona (a família morava na esquina da Rua São Francisco com a Governador). Não sei porque, já perto de casa, a tia Adelina deu um fora nele. E ele disse “Nossa, eu até te dei esse colar” (que estava no pescoço dela). E ela respondeu, bem brava: “Por isso não” - arrancou o colar do pescoço e jogou no meio da rua... Outra vez, um rapaz que a viu quadrando o jardim, pediu para conversar. Depois de um papo, ele cruzou os braços na nuca e soltou: “Se ocê gostô da minha cunversa, terça-fera eu vórto”. E ela respondeu sem rodeios: “Não volte”. Quando eu era menina, levei uma calça jeans do meu irmão mais velho para ela cerzir os 'fundilhos'. Enquanto ela fazia o serviço, me disse: “Avisa o Junior que quando ele for famoso vou falar que já remendei o 'ú' dele”... E outras tantas histórias que contarei aos poucos.... Mas quanto amor havia entre essas irmãs.... Quando minha mãe morreu, minha prima Líbia me disse “imagine a festa no céu”. Sim, com as outras irmãs que já tinham ido – Roselis e Therezinha – mais os irmãos Berto, Raul e Angelo, as gargalhadas devem ter ecoado nos quatro cantos do céu.... Sobraram, para nós, muitas histórias e uma tonelada de saudades....
Minha mãe Mariana e minhas tias Adelina, Cecília e Geja
Comentários
❤️❤️❤️
Imagino a festa no céu cd uma com sua característica que juntas faziam todo mundo que estava na sua volta feliz