Sempre protegida...
“Reza a lenda” (entre aspas porque é verdade) que, quando minha mãe estava grávida de mim, teve uma depressão porque a Tali teve rubéola e ela ficou com medo que passasse alguma coisa para o feto. Ela mesma me contou que ficou alguns meses sem falar, quando queria alguma coisa, batia palmas. Passava o dia sentada numa cadeira de balanço. “E como isso passou, mãe?”, perguntei. Ela disse que, lá pelo final da gravidez, encontrou uma mulher negra na rua e contou pra ela sua história (ela não conhecia essa pessoa). A mulher disse: “Fique tranquila que isso vai passar”. E passou. O que não passou foram algumas experiências que tive com mulheres negras. Primeiro que, um dia à noite, eu vi uma mulher na soleira da porta do meu quarto. Era negra. Me cobri com o lençol porque fiquei com medo, pois sabia que não era uma pessoa, mas um espírito, alma de outro mundo, ou sei lá o que. Anos mais tarde, quando eu devia ter uns 19 anos, tive uma crise de apendicite e fui operada em caráter de urgência. Não sei se a anestesia teve alguma efeito ruim, mas me lembro de estar no quarto do hospital com a minha mãe e eu estava muito agitada... Aí entrou uma senhora negra, falou comigo calmamente: “Calma, calma, você vai dormir, fique calma...” e eu dormi. No dia seguinte, eu disse pra minha mãe “Que bom que aquela mulher veio aqui, me fez tanto bem que eu dormi”. Minha mãe perguntou: “Que mulher?” E eu respondi, “Aquela senhora negra, vestida de branco”. E ela me falou que não tinha entrado ninguém no quarto durante a noite. A mais recente foi em fevereiro de 2017. Tive que passar por uma cirurgia meio complicada e eu estava muito nervosa porque meu medo era ficar sozinha na sala de recuperação. A Clara estava comigo no quarto e nós rezamos juntas, para que o Anjo da Guarda não saísse do meu lado. Quando cheguei no centro cirúrgico, uma enfermeira negra veio até mim e disse: “Meu nome é (esqueci o nome) e eu vou ser seu ANJO DA GUARDA aqui. Ficarei até você ir pro quarto. Vou cuidar para que você não fique exposta e vou ficar na sala de recuperação junto”. Incrível, né!
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