Em conversa com um grande amigo, comentei que agora, na faixa dos 40, deveríamos estar mais tranquilos, o que ele discordou veementemente. "Imagina, a vida está apenas começando". Concordei. Tenho uma ânsia enorme de viver. E olha que já vivi bastante. A vida está mudando. Assim como eu, os que amo estão envelhecendo, mas a gente envelhece apenas no físico. Tenho alma de menina. Uma vontade enorme de fazer muita coisa, de realizar sonhos que ainda não realizei. Claro que um dos meus maiores objetivos é investir fundo na educação do meu filho, vê-lo homem e feliz, pleno em suas escolhas. Mas ainda tenho planos pra mim, pra minha vida. E não é que aos 46, praticamente uma senhora, me descubro apaixonada como uma menina de 15? O que antes para mim era improvável, após um relacionamento relativamente longo e desgastante, acinteceu e esqueci todo o passado e estou pronta pra um futuro novo.d Não importa se esses planos serão materializados, mas a vontade de fazê-los dar certo me dão um ânimo extra, uma alegria juvenil.... Amar, dedicar energia em conquistar o outro, se alegrar com os pequenos carinhos e descobrir-se novamente apaixonada me fez acreditar que a vida realmente é um eterno recomeçar. Dar um passo atrás do outro, nem que seja no escuro. Nem que seja em terreno desconhecido... Não temer o tombo, o escorregão, os tropeços, é dar uma nova chance à vida. É esse o momento especial que ando vivendo. E estou por demais feliz. E que venham as coisas novas... E se não vierem, tenho a tranquilidade de saber que estou viva por dentro. Como há anos não me sentia.... Realmente, viver é mto bom!
Viva mesmo após a morte
Perdi minha mãe há três meses. Essa perda, para qual eu me preparei a vida inteira, não poderia ter vindo mais diferente do que tudo que eu imaginava. Minha mãe era uma mulher forte. Forte como ser humano, forte como mulher, como mãe, como esposa, como cristã. Forte na morte. Eu acreditava, lá no fundo, que ela jamais morreria. E não morreu, só mudou de lado. Além dessa força indescritível, ela nos deixou um calhamaço de cartas. Na verdade, essas cartas foram escritas para minha irmã que, por alguns anos, morou na Itália. Naquela época, só havia dois recursos: as cartas e o telefone (cujas ligações era bem caras). Então ela escrevia. E escrevia a hora que lhe dava na telha. E o mais legal é que ela escrevia assim como ela falava. Parecia que ela estava conversando pessoalmente com a filha amada. Além disso, uma grande particularidade é que as cartas eram escritas em qualquer papel. Podia ser numa folha de caderno, num papel de carta, num sulfite, não importava. Quando queria escrever,…
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