Farol
Ao pé do Farol! (por Alexandre Pelegi) Li certa vez que ao pé do Farol não há luz. Mas e quando falamos não de proximidade geográfica, mas sensitiva, como na relação entre pai e seu filho, por exemplo? Somente hoje me vejo distante de meu pai o suficiente para enxergar, com relativa nitidez, a luz de seu Farol; e para compreender a liberdade acolhedora de seu amor que, à época, eu percebia como sufocante e limitador. Foi preciso jogar-me ao mar, navegar nas ondas e intempéries daquilo a que chamamos vida, para vislumbrar não somente o que me tornei, como para reconhecer a segurança do porto de onde parti. Para finalmente entender não apenas o que hoje sou, mas de quais raízes brotei... Lembro de quando jovem ter dado a meu pai um livro do genial poeta Kahlil Gibran. Na poesia chamada "Dos Filhos", Gibran escreve: "Vossos filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma." Eu, como jovem, clamava por liberdade. E, como jovem, ignorante